quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carlos Encarnação receita "tranquilidade e calma interna" para a instabilidade



Já não é a primeira vez que Carlos Encarnação o afirma, mas, ontem, em visita à Polícia Municipal, seguida de um magusto, o autarca de Coimbra repetiu que "a responsabilidade da segurança pública não cabe à PM, mas ás polícias de segurança", acrescentando que "é bom saber o que se quer da PM e de cada uma em particular". Após realçar que as PM são polícias administrativas, assim como assegurou ser bom saber quais as funções que lhe estão distribuídas. Encarnação garantiu que, "compreendendo isto, estamos no caminho certo".
Recentemente o Ministério Público deduziu acusação contra António Leão, ex-comandante da PM de Coimbra, pela prática de sete crimes (abuso de poder, falsificação de documento e difamação agravada), ao mesmo tempo que arquivou muitas outras queixas apresentadas pelos agentes por serem de natureza disciplinar e não criminal. Apesar de não referir nomes, nem o caso em concreto, o presidente da Câmara de Coimbra assumiu que "as questões de instabilidade resolvem-se com tranquilidade e calma interna", reforçando que "as questões judiciais devem ser resolvidas pelo poder judicial".
"Temos de ter as maiores das tranquilidades e das calmas para assistir a fenómenos que se desenvolvem, mas que têm um campo e momento próprios para serem resolvidos", prosseguiu Carlos Encarnação, antes de informar ter pretendido "oferecer uma solução de comando aceite por todo o corpo e que conseguisse fazer um corpo disciplinado e coeso". O autarca assegurou que "sem confiança, responsabilidade e disciplina, não é um corpo, é um grupo de pessoas", lembrando que "a PM é um corpo permanentemente escrutinado por todos os cidadãos".
Os agentes da PM são, por vezes, encolvidos em situações contestadas pelos mun´´icipes. "Têm que compreender que os olhos de todos estão em cada um dos agentes e no seu comportamento, que tem de ser exemplar, considerou Encarnação, que logo revelou que "este corpo de PM cresceu em responsabilidade e soube ultrapassar os seus problemas", antes de destacar que a PM desempenha uma missão de absoluta essência no território municipal".
Em jeito de resumo do que pretende para a PM, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra solicitou um "corpo atento, disponível, capaz de resolver questões que se colocam", assim como apelou a agentes que "tentam defender o conjunto de cidadãos daqueles que perturbam a vida dos outros". "A PM nasceu para isso", concretizou Carlos Encarnação.
Por sua vez, Maria João Castelo Branco registou "o sentido de responsabilidade, o zelo no exercício das funções, a assertividade e a serenidade de actuação que pautaram e pautam o desempenho dos homens e mulheres que constituem esta polícia". A vereadora responsável pela PM disse estar "certa que esta polícia continuará a ser um exemplo para a cidade, um exemplo para a autarquia e, muito em especial, um exemplo para o cidadão comum".

João Henriques in Diário de Coimbra, 10-11-2010