Quando notícias que destacam Assunção Esteves como a primeira mulher Presidente da Assembleia da República ou a gravidez da ministra Assunção Cristas deixarem de ser tema é caso para dizer que as discussões em torno da igualdade de género já não fazem sentido, porque o que é hoje excepção entra no campo da "normalidade". É esta a convicção de Clara Almeida Santos, a nova conselheira local para a igualdade do município, que se propõe fazer de Coimbra "uma cidade consciente e contagiante", nesta matéria.
Na opinião de João paulo barbosa de Nelo, há "um caminho muito positivo" que tem sido percorrido, a nível nacional, "mas não está tudo feito". " Nodia em que este assunto deixar de ser um tema, tudo bem", reforçou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, certo que se trata de uma problemática da sociedade e não apenas das mulheres. E se deve ser uma preocupação do país, é ao nível das autarquias que o trabalho deve ser mais aprofundado, pela proximidade com os cidadãos, defende Barbosa de Melo, que espera que a conselheira local para a igualdade seja uma voz "perturbadora".
"Precisamos de vozes que perturbem, que sejam diferentes e nos abram os olhos para realidades escondidas", sublinhou, à espera também de bons conselhos e da ousadia da vice-reitora da Universidade de Coimbra, também "autorizada" a "puxar as orelhas" quando considerar que a conduta do município, de alguma forma, coloca em causa a questão da igualdade.
in Diário de Coimbra, 29-1-2013