quinta-feira, 25 de abril de 2013

A IGUALDADE É UM CAMINHO A FAZER


Quando factos como a eleição de uma mulher para a Presidência da República - apenas por se tratar de uma mulher - deixarem de ser notícia, então a igualdade estará instalada e fará parte da normalidade democrática na sociedade portuguesa. Até lá, há ainda um caminho a fazer, menos longo que há três décadas, mas ainda assim, com uma extensão considerável.
Quem assim apresenta a questão da cidadania e igualdade de género em Portugal, é Clara Almeida Santos, vice-reitora da Universidade de Coimbra e docente na sua Faculdade de Letras, ontem apresentada como conselheira local para a igualdade, numa mesa redonda que decorreu na Casa da Escrita.
A abrir a sessão - uma casa cheia de responsáveis por entidades públicas, investigadores e activistas da causa da igualdade e cidadania - maria João Castelo Branco, vereadora do desenvolvimento Social e Família da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), apresentou as linhas básicas da intenção com a qual a autarquia avança para a criação do cargo no qual, ontem, Clara Almeida Santos foi apresentada publicamente: sensibilização dos decisores locais, eliminação de estereótipos, discriminações e assimetrias, promoção de projectos que incentivem iualdade e cidadania.

Missão de todos
Destacando o "bom exemplo" da CMC no que respeita "à paridade", nomeadamente em cargos de chefia, a vereadora reconheceu a intenção de "alargar" essa "boa prática" a todas as restantes áreas do governo municipal, contando, para tanto, com a colaboração da recém designada conselheira municipal para a igualdade.
Ma sessão de ontem, José Maria, em representação de Ramiro Miranda, director do Centro Distrital de Coimbra da Segurança Social, recordou que a "igualdade de género é uma missão de todos", especialmente assumida pelos seus serviços que, por exemplo, têm apostado na partilha da licença de parentalidade.
João Paulo barbosa de Melo, presidente da CMC, reconheendo que, nesta área de igualdade de género, "temos caminhado bem", sublinhou o facto de ainda não estar "tudo feito", pelo que desafiou Clara Almeida Santos a transformar-se na "vozinha perturbadora" que faz falta as decisores para que decretem e incentivem normas e práticas promotoras e facilitadoras da igualdade.

Lídia pereira in Diário As Beiras, 29-01-2013