quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

DIA DE COIMBRA - JOÃO PAULO BARBOSA DE MELO APELOU À MOBILIZAÇÃO DE TODOS OS CENTROS URBANOS DA REGIÃO PARA RESISTIR À “MARÉ CENTRALISTA”

“É tempo de fazer ouvir o naipe afinado da voz das Beiras” Ontem foi o Dia de Coimbra e da sua padroeira Raínha Santa Isabel, mas João Paulo Barbosa de Melo quis, no seu discurso, extravasar os muros da cidade e do concelho, estendendo-se a toda a região das Beiras. Certo de que a união fará a força, o presidente da Câmara Municipal apelou à mobilização “de todos os centros urbanos da região” não só para traçar os caminhos de desenvolvimento e competitividade do território, mas também para resistir à “maré centralista” acentuada com a dramática crise económica que o País atravessa. Numa sessão solene que decorreu no Parque Dr.Manuel Braga – junto ao coreto, onde atuou a Banda Filarmónica União Taveirense – homenagearam-se instituições e cidadãos galardoados com medalhas de ouro da cidade, foi entregue o 14º Prémio Literário Miguel Torga e, finalmente, distinguidos os funcionários da autarquia que se aposentaram este ano. João Paulo Barbosa de Melo que entregou pessoalmente todas estas distinções, encerrou a cerimónia com um discurso “regionalista”.(...) PODER CENTRAL QUER BATER EM RETIRADA Barbosa de Melo denunciou o retirar de “fundos comunitários estruturais de apoio de desenvolvimento regional para os fazer reverter para programas nacionais conjunturais” e lamentou que o Poder Central “queira bater em retirada de muitos pontos do território nacional, largando tribunais, fechando centros de saúde, encerrando ou apoucando estruturas regionais e desconcentradas, deixando morrer estações de correios, concentrando repartições de finanças, amalgamando escolas ou esganando a capacidade operacional de freguesias e municípios”. No seu entender, só unidos é que os municípios da região das Beiras – entalada entre a dinâmica de Lisboa, “impante e centrípeta” e a do Norte, cujos municípios já perceberam as vantagens de trabalhar na mesma direção – podem resistir “à maré centralista”. “Mostrar aos que nos governam, dentro e, sobretudo fora de Portugal, que, ainda que estejamos mais pobres do que gostaríamos, merecemos uma chance para cumprir os nossos deveres e pagar as nossas dívidas”, mas fazê-lo “através do fortalecimento do nosso território e do nosso sistema produtivo e não da sua destruição”. João Paulo Barbosa de Melo concluiu que, assim como deve ser afinada a “voz das Beiras” também devem soar ajustadas as vozes do Norte, do Alentejo ou do Algarve, para constituir a voz clara de Portugal, ouvido e respeitado no mundo. Andrea Trindade, in Diário de Coimbra, 5-7-2012